Nossa Apresentação

Nesse post está o nosso PowerPoint que foi usado como base para a apresentação que ocorreu no mês de Agosto de 2013. Ele resume todo o conteúdo do Cerrado de forma clara e simples. Ótimo para quem precisa dar uma revisada.


Vídeos I

Hoje, vou postar alguns vídeos que retomam a temática Cerrado. Eles são uma espécie de "resumão" que vai te ajudar bastante se você for fazer uma prova sobre o tema.

 
Então é isso pessoal, postaremos mais vídeos para ajudar seu estudo sobre o Cerrado em breve.

Reportagem - Quem se aflige com as águas do Cerrado?

Esta semana o portal Estadão.com.br publicou uma notícia que nos faz lembrar sobre a situação da água do bioma Cerrado. No próprio título da notícia já somos questionados: "Quem se aflige com as águas do Cerrado?", ou seja, Quem se preocupa com as águas do Cerrado? Esta é uma pergunta muito importante, pois como vimos da seção de hidrografia, o Cerrado é considerado a caixa d'água do Brasil, visto que muitas nascentes de rios importantes para o país estão neste bioma, como a do São Francisco, e que mesmo assim ainda é altamente desmatado, o que pode causar um grande problema para estes rios, como assoreamentos, que acontecem quando a mata ciliar que segue às margens do rio é desmatada.
Confira abaixo a notícia na íntegra.

Quem se aflige com as águas do Cerrado?
Washington Novaes* - O Estado de S.Paulo
Durante a Semana da Água, há poucos dias, a ONU lembrou que 2,4 bilhões de pessoas no mundo vivem sem saneamento. E cerca de 80% da "água residual" de assentamentos humanos ou fontes industriais é despejada sem tratamento e "contamina oceanos, lagos e rios". Com o abastecimento e o saneamento inadequados, ocorre uma "perda econômica de US$ 260 bilhões em gastos com saúde e menor produtividade no trabalho". Nesses mesmos dias, os jornais brasileiros informavam que uma das bacias mais importantes do Brasil - a do Rio Doce, em Minas Gerais e no Espírito Santo - sofre os impactos da degradação ambiental; sua vazão tende a tornar-se insuficiente para atender às atividades econômicas na região (Valor, 3/9), incluídas as de mineradoras e até hidrelétricas. No médio Rio Doce, a pecuária também está afetada, com pastagens que já não podem receber mais de meia cabeça de gado por hectare (já receberam uma média de quatro cabeças por hectare).
Certamente uma das razões da perda de vazão do rio estará no desmatamento de áreas do Cerrado e na perda da água acumulada no subsolo desse bioma. O desmatamento já chegou, em todo o Cerrado, a perto de 50% da área total. A compactação do solo resultante, assim como problemas na área do clima, levaram técnicos do Ministério do Meio Ambiente a estimar, há quase uma década, que o volume de água no subsolo - que antes gerava o fluxo de 14% das águas brasileiras que correm para as três grandes bacias (Amazônica, do São Francisco e do Paraná) e era suficiente para sete anos - caíra para três anos. E o desmatamento prossegue, inclusive com a política de ampliação da área de plantio da cana-de-açúcar.
Não é de estranhar, assim, o que acontece na bacia do Rio Doce, bem como na do São Francisco - retratadas com realismo pelo jornalista Marco Antônio T. Coelho em seus livros (Editoras Paz e Terra e Autêntica), comentados neste espaço -, onde a visão apenas economicista tem comandado a ocupação do território e causado a redução do fluxo dos afluentes também do São Francisco. Ainda há poucos dias o governo federal decidiu ligar as usinas termoelétricas nordestinas movidas pela queima de carvão, diesel e gás (as mais poluentes e caras), para "evitar a possibilidade de um apagão". E, pode-se acrescentar, por causa do baixo nível de acumulação de água nos reservatórios das hidrelétricas, o menor nos últimos dez anos. Sobradinho e Três Marias, por exemplo, estão com apenas 36% de sua capacidade de armazenamento (O Globo, 4/9).
E tudo se pode agravar mais com o bilionário e ilógico projeto de transposição de águas do grande rio, que já custa mais que o dobro do inicialmente anunciado e ainda pode ir além - embora esteja longe da conclusão. Não bastasse, no projeto das cisternas de placa - eficientes para abastecer casas e pequenos povoados onde vivem milhões de pessoas e aonde não chegará a água a ser transposta -, elas estão sendo substituídas por cisternas de plástico. Estas, menos adequadas, custam muito mais caro. E uma licitação para instalar 187,5 mil delas em seis Estados, ao custo de quase R$ 600 milhões, está suspensa e sob investigação do Tribunal de Contas da União, por suspeita de favorecimento de empresas. O cálculo é de que serão necessárias mais 750 mil cisternas (remabrasil, 1.º/9).
Informações como essas dão peso a advertências do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, de que se pode agravar a escassez de água no mundo, principalmente se não aumentarem os esforços para a conservação da biodiversidade, pois esta depende da água e vice-versa (sem falar em clima e energia). E o Cerrado brasileiro comprova isso. O mais recente relatório mundial sobre a água, editado pela ONU, considera necessário um fundo de até US$ 19,2 bilhões para financiar projetos nessa área.
Não precisamos ir longe para confirmar tudo isso. Ainda há poucas semanas, por exemplo, o governo paulista assinou (Estado, 22/8) contrato de parceria público-privada para "construir o maior sistema de abastecimento desde o Alto Tietê, entregue em 1993", destinado a atender ao oeste e ao sudoeste da Grande São Paulo. Com a implantação de áreas para captação, armazenamento e tratamento de água, o sistema, que trará água captada a 83 quilômetros de distância, atenderá a 1,5 milhão de pessoas - uma vez que está esgotada a possibilidade de ampliação em fontes mais próximas e em bacias nas quais já há conflitos pelo uso. Quanto custará essa água (4,7 mil litros por segundo, mais 7% em relação ao potencial efetivo de hoje, de 73 mil litros) trazida da região de Ibiúna, principalmente tendo de superar um desnível de 300 metros? Quanto em energia para elevá-la? O investimento previsto será de R$ 2,21 bilhões. E quanto custará mais água no futuro, se tiver de ser trazida do Vale do Ribeira, muito mais longe e tendo de superar desnível bem maior? A previsão é de que o consumo aumente 40% (mais 30 mil litros por segundo) até 2035.
Ainda será preciso avaliar com cuidado o caminho da privatização nesse setor, que foi alvo de muitas críticas no recente Fórum Mundial de Meio Ambiente, promovido em Foz do Iguaçu pelo Lide - Grupo de Líderes Empresariais (www.cdn.com.br). Uma das vozes mais contundentes foi a do norte-americano Robert F. Kennedy Jr. - filho do ex-senador Robert F. Kennedy e sobrinho do presidente John F. Kennedy -, que citou exemplos de privatizações problemáticas, como as de Cochabamba, na Bolívia, e a privatização de todo o abastecimento de água no Chile.
Não é preciso desmatar nenhum hectare mais no Cerrado. Em Goiás, o governo estadual tem reiterado que um dos caminhos é recuperar mais de 50% das pastagens naturais goianas, que estão degradadas e mal comportam uma cabeça de gado por hectare. Mas o desmatamento do Cerrado prossegue em todo o Centro-Oeste, no Tocantins, no Maranhão, no Piauí e, em nível alarmante, no oeste da Bahia. Para plantar cana e soja. E fornecer lenha a siderúrgicas - como em Minas Gerais.

Reportagem - Dia do Cerrado

O Cerrado é homenageado no dia 11/09 de todo ano. É uma data para lembrarmos que o 2º maior bioma do Brasil precisa de ajuda. Mas, neste ano, o dia foi marcado por incêndios em reservas no Tocantins. Segundo o portal G1, uma área do tamanho de seis campos de futebol já foi destruída pelo fogo.
Leia abaixo a notícia completa sobre esse fato que marcou o 11/09.


Dia Nacional do Cerrado é marcado por incêndios em reservas do TO

Uma área do tamanho de seis campos de futebol foi destruída pelo fogo.
Defesa Civil registrou 105 focos de calor nesta terça-feira (10).


Apesar do Dia Nacional do Cerrado ser celebrado nesta quarta-feira (11), só na capital foram registrados dois focos de incêndio em áreas de preservação ambiental. Um deles, aconteceu no Parque Estadual do Lajeado, na zona rural de Palmas. O fogo começou na segunda-feira (9) e só foi controlado no final da tarde desta quarta-feira. 

Os bombeiros foram acionados duas vezes para combater outro incêndio no Parque Sussuapara, na região norte de Palmas. Um vídeo (ao lado) feito pelo internauta Samuel Lima mostra como o fogo se alastrou. De acordo com o Corpo de Bombeiros a vegetação de cerrado foi atingida. O fogo também atingiu lotes em Porto Nacional (TO), a 62 km de Palmas, e chegou a ficar próximo de casas.
A Defesa Civil Municipal combateu o fogo nos arredores de Palmas. De acordo com os brigadistas, uma área de aproximadamente 10 alqueires foi destruída, o que corresponde ao tamanho de 6 campos de futebol. Israel Cardoso, chefe da Brigada de Incêndio que combateu as chamas, disse que os danos causados foram grandes. "Como o fogo durou muito tempo, a vegetação ficou bem danificada. Por sorte não encontramos animais mortos", explica.
Chacareiros e funcionários do parque estadual ajudaram no combate e as chamas foram controladas. "Nós conseguimos apagar o fogo antes dele chegar na serra [de Lajeado]. Se ele subisse a serra ficaria incontrolável", conta Cardoso.
Chamas também atingem o cerrado dentro da cidade (Foto: Clóvis Cruvinel/ Acervo pessoal)Chamas também atingem o cerrado dentro da cidade
(Foto: Clóvis Cruvinel/ Acervo pessoal)
Cerrado em chamas
De acordo com o boletim da Defesa Civil, 105 focos de calor foram registrados em todo o estado na terça-feira (10). Um destes focos aconteceu dentro do Parque Estadual do Cantão,  reserva de preservação ambiental localizada no oeste do estado. Em 2013 já foram registrados 5066 focos de calor. A maior parte deles aconteceu no mês de agosto, quando 1810 focos foram registrados. Este mês, já foram contabilizados 340 focos.
A maior parte do estado é coberta pelo bioma cerrado e diversos incêndios transformam esta paisagem. Nos últimos três dias o fogo consumiu uma grande área de cerrado próxima da capital e chegou a atingir áreas de proteção ambiental em outros pontos do estado. Segundo a organização não-governamental WWF/Brasil, o cerrado é um dos mais importantes biomas do país e cobre um quarto do seu território, além de ocupar a segunda maior área de vegetação da América do Sul.

Questões sobre o Cerrado

Agora que já temos bastantes informações sobre o Cerrado, segue algumas questões sobre o cerrado que caíram em vestibulares. (As respostas estão no final do Post).

01- (Enem/2012) Muitas espécies de plantas lenhosas são encontradas no cerrado brasileiro. Para a sobrevivência nas condições de longos períodos de seca e queimadas periódicas, próprias desse ecossistema, essas plantas desenvolveram estruturas muito peculiares. As estruturas adaptativas mais apropriadas para a sobrevivência desse grupo de plantas nas condições ambientais do referido ecossistema são: 
A) Cascas finas e sem sulco ou fendas.
B) Caules estreitos e retilíneos.
C) Folhas estreitas e membranosas.
D) Gemas apicais com densa pilosidade.
E) Raízes superficiais, em geral, aéreas.


02- (UFMG-2002) Analise este gráfico, em que está representada a flutuação do número de indivíduos de determinada população característica da região do cerrado mineiro:
Flutuação do número de indivíduos de determinada população do cerrado mineiro
Da análise desse gráfico, pode-se concluir que se trata de uma população de:
a) peixes que se reproduzem quando existem fortes correntezas.
b) répteis cujas crias dependem de qualquer ambiente seco.
c) ervas com fotoperíodo de dias curtos.
d) insetos cuja eclosão dos ovos depende de noites frias.

03- Assinale como verdadeiro (V) ou falso (F) as afirmativas abaixo:
(  )  O cerrado é um bioma exclusivamente brasileiro rico em biodiversidade.
(  ) O fogo no cerrado é um elemento altamente devastador e sempre deve ser combatido.
(  ) O cerrado apresenta sua vegetação constituída por espécies do tipo tropófilas e   caducifólias, e possui fitofisionomias distintas, tais como savanas, campo limpo, campo sujo e cerradão.
(  ) O tamanduá-bandeira, maior espécie de tamanduá existente, endêmico do cerrado brasileiro, encontra-se na categoria de ameaça “vulnerável” na Lista Nacional das Espécies da Fauna Brasileira Ameaçadas de Extinção, do MMA (2003).

Respostas
01- (d)
Uma das características das plantas do cerrado é a presença de caule com cortiça grossa e fendida, e raízes profundas e gemas apicais ricas em pelos (densa pilosidade).
02- (a)
Pela análise do gráfico, podemos perceber que a população aumenta no período entre outubro e fevereiro, o que corresponde ao período chuvoso na região do cerrado mineiro, e também ao verão da região.
03-
F - O bioma cerrado também ocupa pequenas porções da Bolívia e do Paraguai.
F - O fogo no cerrado tem ocorrido há pelo menos 25 milhões de anos e representa importante agente evolutivo para as plantas. As queimadas periódicas naturais sempre foram importantes para o equilíbrio ecológico do cerrado, para a determinação da vegetação e para a reprodução das plantas desse ambiente. A vegetação nativa do cerrado é bem adaptada ao fogo, regenerando-se com certa rapidez, principalmente após o retorno do período chuvoso. Contudo, vale ressaltar que o fogo nesse bioma tem se intensificado nos últimos 10.000 anos por ações antrópicas. Dessa forma, as queimadas provocadas, de alguma forma, por ação humana, devem ser evitadas e combatidas.
V
F- De acordo com Fonseca e colaboradores (1996), os tamanduás-bandeira utilizam uma grande variedade de habitat, tais como florestas úmidas, cerrados, pantanais e mata decídua. No Brasil, ocorre em todos os biomas, desde a Amazônia aos campos sulinos.

Queimadas no Cerrado

O Cerrado é um bioma que sofre muito com as queimadas, que ocorrem corriqueiramente no bioma. Nesta postagem serão apresentados gráficos, notícias e vídeos que ilustram este triste fato.


A Ação do Fogo no Cerrado
O cerrado é a segunda maior formação vegetal brasileira e cobria aproximadamente 25% do território brasileiro. Atualmente, conforme dados do Ministério do Meio Ambiente, apresenta menos de 20% da antiga área, dos quais, menos de 2% estão protegidos em parques ou reservas.

A agricultura mecanizada de soja, milho e algodão, além da pecuária extensiva são as principais causas da destruição de boa parte desse tipo de formação vegetal.

Para a prática da atividade agropecuária, ocorrem frequentemente as queimadas, pois esse é um ato que gera poucos custos para o preparo inicial do solo. Outra forma de queimadas nesse bioma são os tocos de cigarros jogados na mata - temperaturas elevadas, o tempo seco e a baixa umidade relativa do ar contribuem para a propagação do fogo.

Porém, o fogo no cerrado pode iniciar-se por fatores naturais, isso ocorre através do acúmulo de biomassa seca, de palha, baixa umidade e alta temperatura, que acabam criando condições favoráveis para tal. O fato pode decorrer por intermédio de descargas elétricas, combustão espontânea, e até mesmo, pelo atrito entre rochas e o atrito do pelo de alguns animais com a mata seca.

O fogo originado por fatores naturais pode ser benéfico para o bioma, pois contribui para a germinação de sementes, que necessitam de um choque térmico para que seja efetuada a quebra de sua dormência vegetativa, principalmente as que são impermeáveis. A rápida elevação da temperatura causa fissuras na semente, favorecendo a penetração de água e iniciando o processo de germinação. As queimadas contribuem também para a ciclagem de nutrientes do solo.

Outro fator consequente desta ocorrência são as formas retorcidas das suas árvores, fazendo com que suas gemas de rebrota ocorram lateralmente. As cascas espessas dos troncos funcionam como um mecanismo de defesa às queimadas.

O cerrado apresenta um rápido poder de recuperação, rebrota em um curto período e atrai diversos animais herbívoros em busca de forragem nova. Algumas espécies como os anus, carcarás e seriemas, seguem as queimadas e se alimentam de insetos e répteis atingidos pelo fogo.

No entanto, a intensificação das queimadas provocadas pelo homem sem o manejo adequado, tem ocasionado a degradação do ambiente, esgotamento das terras, erosão, perda da biodiversidade do cerrado, entre outros fatores negativos.

Por Wagner de Cerqueira e Francisco
Graduado em Geografia
Equipe Brasil Escola




 O Gráfico acima nos permite concluir que as queimadas no Cerrado ocorrem, principalmente, no final do Inverno e início da Primavera, período no qual o clima é mais seco no bioma.